quarta-feira, janeiro 10, 2007
Sem Sentido (III)
Já nem dava pelas horas passarem, agora que regressava à calçada citadina. Progredia em dança animada de pés descalços, ou ainda que sem pés e mesmo em vazio de ritmo…
Ritmava-se com o bater de coração, com o estalar entre dentes de quem se sente em ebulição, de nervos que se disparam em acelerada convulsão. E transpirava! Gota por gota, ia registando impressões no corpo, de resistência e de dor…
Por momentos, havia deixado de pensar; decisão tomada à última hora e que ainda não lhe tinha merecido grande contestação. Andar, andar! Era isso que agora precisava, de andar! Desprender-se de pensar, desligar-se. Tinha de fugir dali.
Quer lhe faltassem os pés e ainda que lhe tivessem roubado as palavras.

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embalado por Nuno
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