sábado, maio 31, 2008




Calças arregaçadas até ao joelho, que, como ponta fixa de um pêndulo, se salpica com a água arrastada lentamente em força pelos pés..
Pernas delgadas mergulham na água como estacas para logo as vermos tomarem direcção diferente..
Os dedos dos pés, que parecem maiores, quando quietos, inspeccionados eram por vagas de pequenos peixes curiosos que os mordiam em cócegas ..
O reflexo solar na água proporcionava um conforto complementar ao vagar meio molhado do tempo ali estendido..
As pedras em multidão cintilavam como jóias no fundo, e quando da água saíam, murchavam o brilho em desilusão..
Entardecia e uma luz mais baixa , ainda quente, acompanhava aquele silêncio acolhedor ...
Ao meu lado duas crianças, ..., meus amigos, ..., e eu criança uma vez mais..
Pés esquecidos, e três cabeças outrora baixas, surgiam agora erguidas
Encantávamo-nos com aquelas formas castanho-douradas que, lentamente dançavam à nossa frente e ao nosso redor..
Peixes de escama seca, serpenteando no entanto entre os nossos corpos e braços sem quebrar, com elegância, nadam no ar de pós reluzentes.
Da relva fofa se levantam estas folhas esquecidas, empurradas lentamente pela brisa, para se tornarem vida em movimento.
Na luz ofuscante, semicerro a visão de escamas de brilho, e deixo de perceber a minha alegria num riso infantil conjunto que se dilui lentamente no som da àgua a correr..
 
embalado por Ricardo
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